É pra falar...

segunda-feira, março 26, 2007

O que eu tb não entendo


Essa não é mais uma carta de amor
São pensamentos soltos traduzidos em palavras
Pra que você possa entender
O que eu também não entendo

Amar não é ter que ter sempre certeza
É aceitar que ninguém é perfeito pra ninguém
É poder ser você mesmo e não precisar fingir
É tentar esquecer e não conseguir fugir, fugir

Já pensei em te largar
Já olhei tantas vezes pro lado
Mas quando penso em alguém é por você que fecho os olhos
Sei que nunca fui perfeito mas com você eu posso ser
Até eu mesmo que você vai entender

Posso brincar de descobrir desenho em nuvens
Posso contar meus pesadelos e até minhas coisas fúteis
Posso tirar a tua roupa
Posso fazer o que eu quiser
Posso perder o juízo
Mas com você eu tô tranquilo, tranquilo

Agora o que vamos fazer, eu também não sei
Afinal, será que amar é mesmo tudo?
Se isso não é amor, o que mais pode ser?
Estou aprendendo também


(Jota Quest)

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segunda-feira, março 05, 2007

O mar

O mar pode ser o melhor dos lugares, o melhor dos divãs, o melhor dos companheiros.
Era aproximadamente 7h da manhã. Quando Ana se levantou e foi até a janela, como de costume. Ficou a contemplar a imensidão do mar como se tal fosse a primeira vez. Divagando em seus pensamentos, Ana também trazia às memória as tarefas de seu dia. Mas, ela mal sabia o que havia por vir.
Ana era uma mulher bem-sucedida, inteligente e linda. Moradora de São Conrado, tinha de seu apartamento uma visão privilegiada. Apesar de tudo, Ana sentia-se profundamente só, mergulhada em seus próprios sentimentos. Sentia-se sufocada pelo desamor que preenchia seu vazio.
Naquele dia, Ana fez tudo igual. Depois do café foi ao trabalho. Chegou ao escritório, resolveu problemas, enfim, tudo comum. Pelo menos até aquele momento.
Ana estava em seu computador trabalhando na nova campanha quando Raquel, sua secretária, avisou-lhe que o Sr. Ricardo, da Fashion Girl (seu novo cliente) estaria ali. Muito chateada, por odiar o fato de um desconhecido interrompê-la, Ana o recebeu. E qual não foi a sua surpresa. Por sua porta acabara de entrar um deus grego exalando virilidade por todos os lados. Ela quase não conseguia concentrar-se. Mas manteve-se em seu lugar. E para a sua tristeza aquele homem lindo foi-se embora depois ter agido de forma estritamente profissional.
Ana não conseguia mais trabalhar, só pensava em única coisa, em uma única pessoa. Então resolveu ir à janela do escritório, de onde também tem uma visão do mar. Aquele que sempre fora seu companheiro de todas as horas. Ana era como uma ilha (cercada de água por todos lados). Ali ela tentava achar as respostas para aqueles sentimentos desconhecidos.
Acabado o expediente, Ana decidiu visitar seu amigo matinal - o mar -dessa vez iria ao Arpoador. Ao chegar, da pedra ela pôde assistir ao maravilhoso espetáculo do crepúsculo. Ana lembrava-se daqueles olhos azuis como o mar, fitos nela. E como numa espécie de divã conversava com seu amigo. E procurava respostas para seus medos, dúvidas e indagações.
Chegando em casa, Ana ainda tinha em seu pensamento os acontecimentos daquele dia. Aquela imagem a perturbava e ela nem conseguira dormir. Ainda bem que era sexta-feira, no outro dia não teria que ir ao trabalho.
No sábado pela manhã o mesmo ritual matutino acontecera, então ela decide mais uma vez ver seu amigo de perto. O sol estava lindo lá fora. E o mar mais ainda.
Chegando lá, Ana contemplava o horizonte. Tentava achar as explicações que tanto necessitava. Quando, de repente, Ana pensara ter tido uma visão. Mas não era não, era ele. Seu deus grego emergia daquelas águas como se fizesse parte delas. Ana perdeu o chão, não sabia o que fazer. Ainda mais quando lhe pareceu que ele iria em sua direção. Ana tentava disfarçar e fingir que não o via, mas seu corpo e desejos eram mais fortes. Sua libido chegava a um momento de transe. Ana olhara para o mar a procura de socorro. E de repente não vira mais Ricardo. Pensou em o que poderia ter ocorrido. Um sentimento de desânimo lhe abateu. Resolveu então afogar seus desejos nas ondas de seu amigo mar e ficou a imaginar Ricardo a lhe tocar assim como as águas
Era tudo tão forte que de repente Ana sentiu um toque quente em seus ombros, e quando se virou...Como poderia ser? Estava ali, era real, era Ricardo a sua frente. E como um raio, rápido, Ricardo a pegou em seus braços. E saciaram juntos seus desejos, tendo como álibi seu amigo mar banhando cada pedaço de seus corpos repletos de desejo e paixão.

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