Manhã dos 33

Às vezes eu tenho uma leve impressão
Às vezes é uma bruta certeza
De que a nossa vida na Terra
Não é bem uma viagem de férias

Nascemos pelados, sem nada, sozinhos
Com o fogo do Sol nos olhinhos de nenê
E ninguém pode nos consolar da fome enorme
Que é viver na imensa dor que é nascer na Terra
Saudades da luz das estrelas

Tudo vem, passa por nós e se vai
Sonhos e planos, fracassos e vitórias
O bem e o mal, pesadelos e sonhos bons
Nada mais restará na corrente dos anos
Que ainda tentamos deter a todo custo nas mãos

Se tudo e todos que amamos se vão
Meu amor, segura firme a minha mão
A mente, o corpo, tão breve, são ilusões
Só restará o coração, a vela de um barquinho
No oceano infinito do tempo a vogar

(Marcus Vianna)



Pois é, tudo na vida passa. É tão breve e efêmero. O que fica não é o que temos, e sim o que somos. Por isso devemos viver hoje e agora. Temos que olhar a cada dia como se fosse o último a ser vivido. Como se fosse a última chance. Amar hoje, chorar hoje, sorrir hoje, perdoar hoje, pedir perdão hoje...
Devemos nos entregar ao amor e arriscar. Pois a vida é sempre um risco. De seguro e certo apenas a morte existe.